Checklist dos sintomas de um estresse pós-traumático

Quando pensamos em estresse pós-traumático, logo nos lembramos de pessoas em pânico depois de vivenciarem situações nas quais o nível de estresse, medo e adrenalina foram tão altos e negativos que causaram sequelas. Mas como será que isso acontece e quais as opções que uma pessoa com transtorno de estresse pós-traumático têm? 

É comum falar de pessoas com estresse pós-traumático em países que passam ou passaram por guerras intensas e grandes devastações causadas por eventos naturais, como terremotos e furacões.  

Alguns exemplos fora a Primeira Guerra Mundial, que fez as pessoas – combatentes e civis – vivenciarem o choque da granada e mais recentemente os ataques do 11 de setembro ao World Trade Center e ao Pentágono em 2001. Esses eventos causaram sequelas traumáticas muito fortes naqueles que os vivenciaram e foram encarados pela medicina norte americana e europeia como um evento que deveria ser tratado com rigorosa atenção. 

No Brasil, no entanto, os pacientes com transtorno de estrese pós-traumático têm recebido pouca atenção da sociedade e, muitas vezes, é tido como frescura.  

Dá para acreditar?!

mbora não existam casos frequentes de desastres naturais como os que ocorrem em países da américa do Norte e Ásia, outros eventos tão impactantes quanto esses acontecem por aqui. 

A violência e os acidentes automobilísticos são os grandes responsáveis pelos traumas posteriores que surgem nas centenas de pessoas que convivem ou passaram por momentos assim. Para ter uma ideia, segundo dados do Mapa da Violência no Brasil, do Instituto Sangari, somos o terceiro país no ranking mundial de mortes por arma de fogo entre pessoas de 15 a 24 anos. Ficamos atrás somente da Colômbia e de Porto Rico e já superamos as estatísticas de conflitos como o da Palestina.  

Você acha, que algo tão impactante como a violência armada não gera traumas? É claro que gera.  

Por isso, é sobre os efeitos do Transtorno de estresse pós-traumático que vamos falar a partir de agora. Dá uma olhada no que vem por aí: 

1. Entenda o que é trauma
2. Situações que podem se tornar traumatizantes
3. Violência
4. Abuso moral e físico
5. Acidentes e catástrofes naturais
6. Como se caracteriza o estresse pós-traumático?
7. Qual o tratamento para o TSPT

Boa leitura!!

Entenda o que é trauma

Vamos começar pelo início, não é? Você sabe me dizer o que é um trauma?

Para saber os efeitos de um transtorno de estresse pós-traumático, é preciso conhecer o que é trauma. Um evento que em algumas ocasiões pode parecer simples, mas que tem potencial para ser extremamente prejudicial na vida de alguém no futuro. 

Bom, nossas vidas são constituídas à partir de experiências, sejam elas boas ou ruins. As boas são vivências que gostamos de relembrar, momentos de alegria e repletos de risadas espontâneas. Já as ruins são memórias de situações que passamos nas quais seria melhor passar uma borracha e esquecer, não é mesmo?  

Para esse tipo de memória, nós damos o nome de trauma. 

O termo trauma tem relação com “traumatismo”, aquela lesão que a gente sofre quando bate o corpo em algum lugar, mas na verdade, o que realmente fica lesionada e a nossa mente. 

Quando pensamos dessa forma é possível entender por que os efeitos de um trauma são tão ruins para a nossa mente. 

Os traumas normalmente são experiências emocionais fortes demais e extremamente desagradáveis. Além disso, um trauma é o reflexo de uma emoção mal resolvida dentro da nossa mente.  

E quando isso acontece, se instala uma marca permanente na mente dessa pessoa: o trauma psicológico.  

Os efeitos de um trauma psicológico podem ser diferentes de pessoa para pessoa, afinal, não somos iguais. Mas, quando se instala na mente de alguém, os efeitos podem ser desastrosos ao longo da vida dessa pessoa. 

Mas, que tipo de situação ou vivência pode gerar um trauma?  

Bem, é isso que euzinha de melo vou te explicar agora! Continua a leitura comigo. 

Situações que podem se tornar traumatizantes

Para que você entenda quais situações podem se tornar um trauma, precisa saber que a maioria deles é formado ainda na nossa infância.

Já ouviu o termo “criança traumatizada“?

Pois bem, esse é exatamente o termo que define um trauma gerado ainda na infância. Isso porque a mente das crianças não possui o que chamamos de Fator Crítico, um tipo de filtro que decide o que que pode ou não entrar na nossa mente.

Os especialistas dizem que a mente dos pequenos, entre 0 e 7 anos, ainda não possui o Fator Crítico, que só vai se formar por completo a partir dos 12 anos.

É por isso que toda informação que chega até elas vai diretamente para o subconsciente e se torna uma VERDADE ABSOLUTA. E, dependendo da criança, isso pode se tornar uma crença limitante ou um trauma psicológico.

Quer um exemplo?

Valendo 1 milhão de vários nada:

Quando uma criança escuta de seus pais ou amigos da família a seguinte frase: “Mulher não sabe dirigir! Ela se atrapalha toda e acaba batendo o carro e causando um acidente.”, o que você acha que a mente dela vai entender?  

1. que mulheres são incríveis ao volante; ❌ 

1. que mulheres deveriam ser motoristas; ❌ 

1. nenhuma mulher pode dirigir para não causar acidente. ✔ 

Deu para entender como uma criança pode ser influenciada negativamente, mesmo que não seja a intenção dos pais?  

Certo, agora que você entendeu como um trauma se instala na mente de alguém, em especial das crianças, vamos mapear em quais situações o transtorno de estresse pós-traumático pode se desenvolver.

Violência

No Brasil esse é um dos principais casos de transtorno de estresse pós-traumático, pois, embora não tenhamos aqui conflitos como guerra civil e confrontos entre militares (hoje em dia), o que mais ouvimos nos telejornais, rádios e lemos nos jornais impressos são casos de violência envolvendo pessoas dos mais diversos lugares. 

• Violência doméstica; 
• Assalto a mão armada; 

• Tiroteios; 
• Sequestros; 
• E muitos outros. 

É comum notar em crianças que presenciam cenas de violência dentro de casa ou até mesmo na rua, um certo medo de tudo e de todos. Ou Mulheres adultas que foram agredidas em um assalto, ou que perderam um ente querido vítima de alguma violência urbana que entram em desespero ao vivenciar algo minimamente parecido com a experiência anterior. Esse é um bom exemplo do estresse pós-traumático. 

Abuso físico

Em casos de abuso físico – e quando eu digo físico, me refiro a abuso sexual –, a aversão das vítimas ao toque de outra pessoa é só a ponto do iceberg formado pelo transtorno de estresse pós-traumático.  

Muitas pessoas que vivenciaram o absurdo de um estupro, por exemplo, não desenvolvem os efeitos graves logo de imediato, mas vão sofrer as consequências ao longo da vida, em seus relacionamentos familiares e amorosos.  

Acidentes de carro

Esses são os principais causadores de transtorno de estresse pós-traumático, isso porque, como você leu mais acima, o transtorno de estresse pós-traumático acontece quando algo de grande impacto emocional atinge a vida de uma pessoa.  

Por isso, a maioria dos sobreviventes de acidentes automobilísticos podem apresentar sintomas semelhantes aos do estresse pós-traumático.  

Assim que vivenciam um acidente de carro ou moto, por exemplo, a vítima pode apresentar um medo sem explicação apenas ao entrar em um carro. Outras pessoas não se sentem seguras mesmo fora deles ou a poucos metros de um. Isso é o resultado do efeito emocional fortíssimo causado no momento em que o acidente aconteceu, por mais simples que tenha sido. 

Especialistas do mundo todo estudam os efeitos de traumas psicológicos da sensação de medo que eles podem causar. É o que explica o pesquisar Miguel Xavier de Lima: “Uma grande teoria sobre o funcionamento do córtex cerebral é de que ele tem um processamento dinâmico. Conversa o tempo inteiro com outras áreas do cérebro para sustentar os processos que ele trabalha. Então, a gente fez uma abordagem múltipla, de várias áreas ao mesmo tempo”. 

Catástrofes naturais

Não é muito costumeiro que o Brasil seja alvo de desastres da natureza, como furacões, tsunamis e terremotos, mas existem relatos, mesmo que sejam isolados. 

Mas, quando olhamos para fora do nosso país, existem pessoas que sofrem com um leve sinal de que a terra vai começar a tremer. Essas pessoas são as que convivem com um transtorno de estresse pós-traumático sério e, ao menor sinal, entrem em estado de alerta, ficam nervosas, confusas e algumas apresentam síndrome do pânico.

É óbvio que para um brasileiro esse tipo de acontecimento não é comum, mas quando observamos por uma perspectiva diferente, dá para ter uma noção do pavor que deve ser conviver com um ambiente no qual todo e qualquer movimento de placas tectônicas pode causar, pelo menos, três grandes desastres: 

1. Terremoto; 

1. Tsunami; 

1. Erupções vulcânicas. 

Por isso, é até compreensível porque pessoas que convivem com esse tipo de instabilidade natural possam apresentar maiores casos de transtorno de estresse pós-traumático. 

Como se caracteriza o estresse pós-traumático?

Ao longo deste artigo você já deve ter percebido que mencionamos alguns sintomas que podem aparecer em alguém com transtorno de estresse pós-traumático. Mas, como dizem os mais antigos: “o buraco é mais embaixo”. 

Muitas pessoas apresentam sintomas tão intensos que nem mesmo elas sabem explicar o que estão sentindo. E acredite, isso é mais comum do que você imagina. 

Para ter ideia, alguns dos principais sintomas do estresse pós-traumático são:

Sintoma do vivenciamento

Muito comum em pessoas que viveram alguma cena ou ocasião em suas vidas que lhes foi emocionalmente impactante. As características desse tipo de sintoma pode variar de pessoa para pessoa, mas normalmente são: 

• Ter lembranças intensas do acontecido que provocam aumento nos batimentos cardíacos e uma sensação de ansiedade constante; 
• Transpiração excessiva ocasionada por um sentimento de medo, opressão ou desespero; 

• Viver constantemente com pensamentos assustadores de que algo ruim ou que o mesmo incidente possa voltar a acontecer; 
• Ter pesadelos ao dormir. 

Sintoma de agitação

Sabe quando você se sente inquieto(a) e não faz ideia do porquê? Simplesmente não consegue ficar parado em algum lugar e está alerta o tempo todo. Esse é o padrão de quem convive com esse sintoma do estresse pós-traumático, como: 

• Se sentir tenso e nervoso o tempo todo; 
• Ter muita dificuldade ou mal conseguir dormir; 
• Se assustar com facilidade por motivos muito simples; 
• Ter momentos de explosão de raiva. 

Sintoma de evitamento

Esse e o sintoma mais comum que os seres humanos apresentam quando se sentem medo ou ameaçados por algo. A primeira atitude sempre será evitar aquilo que lhes fez mal, e quando eu digo evitar é em todos os sentidos: físico e mental. A pessoa se controla para não pensar naquilo que, em algum momento, lhe fez mal, como por exemplo: 

• Evitar visitar ou até mesmo passar por locais que lembrar uma dada situação; 
• Não utilizar objetos, roupas e acessórios que usava no dia do acontecimento; 
• Não fala ou pensa sobre o ocorrido para não reviver as memórias. 

Sintoma de humor alterado

Quando falamos de traumas psicológicos, é comum que, nas primeiras semanas, a pessoa apresente sintomas de alteração no humor. Mas quando se trata de um caso de estresse pós-traumático, esse tipo de sintoma não desaparece com o tempo, na verdade, ele piora. 

• A pessoa passa a ter dificuldade para lembrar os momentos do ocorrido; 
• Se desinteressa por momentos agradáveis; 
• Se sente culpado pelo que aconteceu; 
• Tem pensamentos negativos sobre si.
   

Qual o tratamento para o Transtorno de Estresse Pós-Traumático

Para que você entenda, o médico é o profissional que tem capacidade de identificar corretamente e fazer o diagnóstico do Transtorno de Estresse Pós-Traumático. 

Mesmo assim, esse tipo de doença não é tão fácil de ser diagnosticada pelos profissionais da medicina e da psicologia, afinal os sintomas são muito variados e complexos de pessoa para pessoa. Além disso, pessoas que fazem uso de medicamentos psiquiátricos, por exemplo, podem ter o diagnóstico do TEPT. 

Para quem busca o tratamento, ele é basicamente feito com acompanhamento médico, como psicólogo e, em alguns casos, a utilização de medicamentos. Mas, existem outras formas de lidar com esse tipo de problema, são as chamadas terapias alternativas, como: 

• Reik;
• Hipnoterapia;
• Yoga;
• Aromaterapia;
• E muitas outras.

Cada uma delas tem um objetivo, mas todas podem ajudar você e qualquer pessoa que sinta necessidade de superar traumas do passado. 

E você? Já passou por um momento que traumatizou a sua mente ou conhece alguém que vive assim?  

Que tal ajudar essa pessoa? Compartilhe esse artigo em suas redes sociais e marque quem você quiser. 

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