Aprendi a lidar com a hipnose nas religiões. Recentemente participei de um programa de entrevistas em um canal de TV de um segmento religioso, cujo tema era: “Há algum problema em o cristão usar a hipnose?”. Antes do programa ser gravado, foi feita uma enquete com os telespectadores sobre o assunto, e o resultado foi o seguinte: 82% afirmaram que nunca se submeteriam a uma terapia com hipnose – mesmo que o terapeuta fosse cristão.
Ou seja, apenas 18% da audiência, antes de assistir ao programa, afirmava que faria esse tipo de terapia. E dentre os comentários enviados ao entrevistador, o que mais chamou a atenção foi algo como: “A hipnose que já é era uma coisa diabólica, agora é praticada por um pastor! É mesmo o fim dos tempos…”.
O experiente entrevistador, mesmo já acostumado com temas polêmicos que envolvem a fé religiosa, arregalou os olhos, surpreso com o resultado. Minha reação, no entanto, foi sorrir. Alguns vão dizer que foi de nervoso.
Ok, talvez um pouco…
Mas em minha defesa, vou dizer que foi um sorriso de confirmação: eu sabia que o tema da hipnose nas religiões é bastante controverso, cheio de medos, e que ainda carece de ser desmistificado. E, claro, me sentia seguro pela seguinte razão: a hipnose está para o religioso, assim como o religioso está para a hipnose. Não entendeu? Daqui a pouco eu explico melhor.
Antes de tudo, é importante ressaltar que graças a Deus, a hipnose tem sido bastante divulgada nos últimos anos e, por essa razão, tem sido cada vez mais desmistificada. Qualquer pessoa que já tenha se informado um pouco sobre o assunto já ouvir falar que a hipnose é um estado natural da mente, comum a todas as pessoas. E já sabe também que a hipnose como ferramenta, mesmo ainda engatinhando em um mar de possibilidades, já é utilizada com extrema eficácia em áreas como a terapia, comunicação, negócios e entretenimento.
Mas quando se fala em hipnose nas religiões, a quantidade de mitos, medos e receios ainda é muito grande, mesmo que seja utilizada apenas como um processo terapêutico, de transformação e melhora de vida.
O objetivo desse texto é, portanto, trazer um pouco mais de luz ao tema, ajudando a desmistificar a hipnose nas religiões, tirando algumas das principais dúvidas sobre o assunto. Dê uma olhada no que vem por aí:
- Como um religioso compreende a hipnose
- Demonstrar o objetivo de uma sessão de hipnose
- Diferenciar o que é hipnose do que é religião
- Como fica a rejeição à hipnose nas religiões
É preciso entender como um religioso compreende a hipnose
Existem alguns mitos acerca da hipnose que, somados as preocupações religiosas, levam as pessoas a resistir à menor possibilidade de serem hipnotizadas. Por exemplo, no meu ambiente religioso, é comum ouvir as seguintes afirmações sobre hipnose:
– Somente Deus pode ter acesso a mente humana.
– Hipnose é algo demoníaco, ou “do diabo”.
– Hipnose é manipulação da mente.
– Hipnose é algo místico ou mágico.
– Quem entra em hipnose não volta mais, e pode ficar em transe para sempre.
E se somarmos os mitos da hipnose nas religiões com a prática terapêutica, eles ficam ainda mais fortes. Isso porque quando se trata de problemas emocionais no meio religioso, ainda há resistência em certos seguimentos para um tratamento terapêutico. É comum ouvir coisas como por exemplo:
– Crente não pode entrar em depressão.
– Ansiedade é falta de fé.
– Doença emocional é falta de oração.
– Pânico ou histeria é manifestação demoníaca.
– Problemas de relacionamento são frutos de espiritualidade imatura.
Uma pessoa religiosa em geral – e no meio cristão, em particular – não quer ferir seu sistema de crenças. Para ela, agradar a Deus é fundamental. Por isso essa pessoa jamais se submeteria a um processo que lhe tirasse o domínio das suas faculdades mentais, ou ainda, que a colocasse em uma situação espiritual que a deixasse à mercê de uma influência maligna.
Isso é algo tão forte no meio religioso que muitos não acreditam que um cristão possa adoecer emocionalmente, pois isso seria um sinal de uma fé frágil. Por isso várias pessoas se recusam a procurar um psiquiatra, um psicólogo e, especialmente, um hipnoterapeuta.
Então como fazer para mudar esses estigmas da hipnose e hipnoterapia no meio religioso?
Desfazendo os mitos
Primeiramente, é importante entender que o sistema de crenças de fé é algo muito importante na vida dessas pessoas. Elas não vão querer se submeter a um processo em que corram o risco de pecar, ou de se afastar de seu Deus. E isso precisa ser respeitado.
Desse modo, é fundamental primeiramente desfazer os mitos e dúvidas sobre a hipnose, sem ferir sua fé religiosa.
- É importante mais uma vez, desmistificar o conceito de hipnose. Explicar que a hipnose é um estado natural da mente, e que todas as pessoas passam por esse processo diariamente. Quando uma pessoa religiosa descobre que assistir TV, dirigir um carro, passar meia hora no celular ou assistir a um culto, ela está em hipnose – que nada mais é do que foco e concentração – ela entende a naturalidade do processo.
- Esclarecer que em uma sessão de hipnose induzida, o hipnotizador é apenas um orientador. Um processo hipnótico, por ser natural, pode ser conduzido por um hipnoterapeuta. Mas ainda assim, é apenas uma ferramenta utilizada para um determinado propósito.
- Demonstrar que toda hipnose é uma auto hipnose, e que uma pessoa jamais perde o controle da sua mente, pois tudo o que acontece nesse momento é apenas aquilo que ela permite acontecer. Ninguém vai pecar se não quiser. Por estar no controle, só fará aquilo que sua crença permitir.
- Esclarecer que hipnose não trata de questões de fé. Ela se ocupa apenas de comportamentos e emoções. Uma sessão de hipnoterapia, por exemplo, vai tratar das questões emocionais de uma pessoa, sem entrar no mérito de sua crença religiosa.
Esclarecendo os mitos
A verdade é que quando esses mitos vão sendo desfeitos, os medos vão também desaparecendo. E a abordagem fica mais tranquila e aceitável, pois a pessoa entende que ela não está ferindo sua fé, mas sim, passando por uma experiência absolutamente normal. Talvez diferente do que ela está acostumada, mas sem problemas para sua fé.
E que se a hipnose é um estado natural da mente, ela vai entender que sua mente é assim porque foi criada por Deus dessa maneira. Então, acessar um transe hipnótico não é nada mais do que usar um estado natural, físico e mental, gerado pelo seu Criador.
Gosto de usar o seguinte exemplo: se uma pessoa já se submeteu a uma endoscopia ou uma cirurgia, pode ter certeza: foi muito mais invadida do que em uma sessão de hipnose. Mas porque não existe todo esse receio com tais procedimentos?
Porque já se sabe que tanto a endoscopia quanto a cirurgia serão para melhora da pessoa. No entanto, muitos procedimentos médicos considerados normais hoje eram vistos como práticas heréticas alguns séculos atrás, pois intervenções médicas eram entendidas como “formas de tentar desfazer o trabalho de Deus”. Isso só mudou com os estudos de medicina ao longo dos tempos, o avanço da ciência e o esclarecimento do tema no meio religioso. E assim também está sendo com a hipnose.
É necessário demonstrar qual é o objetivo de uma sessão de hipnose
Já comentei aqui sobre algumas definições de hipnose – que é um estado natural da mente, e que é um momento de foco e concentração que ocorre em um estado de transe. Mas uma definição mais clássica e completa pode nos ajudar ainda mais: “Hipnose é atravessar o fator crítico da mente consciente e estabelecer uma sugestão aceitável na mente subconsciente”.
Destaco a expressão “sugestão aceitável”, pois, se para qualquer pessoa toda sugestão em hipnose tem que ser aceitável, para uma pessoa religiosa, essa premissa é fundamental. É preciso fazer sentido para ela o que está ocorrendo. Caso contrário, por que se submeter a uma sessão de hipnose?
Assim, esclarecer para uma pessoa religiosa que a hipnose é um estado natural da mente, algo comum do dia a dia, é um primeiro e importante passo. Mas é preciso que ela entenda por qual razão ela se submeteria a uma sessão de hipnose, algo diferente do seu cotidiano, do dia a dia. Qual seria o propósito?
Existem diversas aplicações para a hipnose. Além do estado natural e cotidiano acessado no dia a dia (TV, carro, sala de aula, influência de autoridades, etc.), sabemos que existem também as sessões de hipnose com propósitos específicos. Geralmente, são as mais carregadas de mitos em hipnose nas religiões. Mas também são as mais divulgadas e seguras. São elas:
Hipnose de entretenimento ou hipnose de palco
Shows de rua ou teatro, onde as pessoas voluntariamente participam de um show. O objetivo desse tipo de sessão é basicamente entreter as pessoas e demonstrar como a mente é poderosa para fazer coisas que aparentemente consideramos impossíveis.
Sabemos que quem participa voluntariamente desse tipo de apresentação já está predisposta a brincar, se expor e experimentar o momento. E não há problema nenhum nisso. No entanto, ela se sentirá constrangida se for uma apresentação que venha a ferir seus valores éticos, morais ou religiosos (ex: sugestões sensuais, exposição do corpo, etc.). Ela provavelmente não vai aceitar a sugestão, ou vai se sentir muito desconfortável. Em suma, não será entretenimento para ela.
É importante então esclarecer para a pessoa religiosa que eventos como esse tem como finalidade apenas o entretenimento. E que se divertir ou divertir outras pessoas não é pecado. Assistimos filmes, séries, shows, peças de teatro, ou eventos esportivos sem problemas. O que vai gerar problemas é o nível ou qualidade do entretenimento. Que tipo de filme? Qual show? Qual peça? Qual temática de um seriado? Assim como existem filmes e músicas boas ou ruins, entretenimento com hipnose é a mesma coisa. Pode ser boa ou ruim. A escolha é que fará a diferença.
Importante ressaltar que hipnose de entretenimento não é terapia! Aliás, hipnose não é terapia. É uma ferramenta que pode ser utilizada de forma eficaz para esse fim.
Hipnose clínica ou hipnoterapia?
É a hipnose utilizada para tratar problemas emocionais, dores crônicas psicossomáticas, alergias e intolerâncias alimentares de forma rápida. E também a utilização da hipnose em anestesia, alívio de dores e tratamento de queimaduras, entre outros.
Uma vez que se esclarece para uma pessoa religiosa os mitos sobre o que é hipnose e ela entende que um tratamento para problemas emocionais é algo normal e permitido por Deus, é hora então de esclarecer que a hipnose seria uma opção terapêutica para ela. E por qual razão?
Porque é uma terapia de alta eficácia, que busca tratar as emoções de forma rápida e objetiva. Quem trabalha com hipnoterapia ou já passou por uma sessão terapêutica sabe o quanto é rápido e transformador ser tratado por meio da hipnose.
Mas há um motivo mais importante ainda pelo qual a pessoa religiosa pode ter uma boa experiência com a terapia em hipnose: ela já está familiarizada com esse processo – mesmo que não saiba disso. Pessoas religiosas têm uma ótima predisposição para passar pelo processo de hipnose, porque o processo mental para a hipnose envolve a facilidade em imaginar, em crer e em seguir determinadas instruções. E isso é muito fácil para quem está acostumado com o ambiente religioso.
Mas é importante ressaltar aqui: hipnose e fé religiosa são coisas distintas! Hipnose é um processo mental natural, que envolve cognição e emoções. Fé é um processo sobrenatural, que envolve a crença no Sagrado como um processo individual e pessoal. Não é possível medir empiricamente o nível de fé de uma pessoa, e nem é necessário que essa fé seja racional.
Como diz o autor de Hebreus 11.1:
“Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem”. É uma excelente definição de fé como algo que não se explica. Apenas se acredita, e pronto.
No entanto, embora fé e hipnose sejam coisas distintas, do ponto de vista da mente, o processo para se chegar a um transe hipnótico é o mesmo. Envolve imaginação, sugestões e disposição para seguir instruções.
E isso se torna uma vantagem para o religioso, pois ele tem mais facilidade para acessar esse estado, e encontrar mudanças efetivas e positivas para sua vida. Ele já está habituado com a transformação emocional proporcionada por sua fé. E por essa razão, muito mais propenso a entrar em hipnose, e experimentar mudanças efetivas em uma abordagem clínica ou terapêutica.
Por essa razão é que podemos afirmar que a hipnose está para o religioso, assim como o religioso está para a hipnose.
É importante diferenciar o que é hipnose do que é religião
Quando se fala em hipnose para religiosos, é fundamental diferenciar o que é hipnose e o que é religião. Já abordei acima que a fé é algo sobrenatural, que está além das questões que envolvem a mente, as emoções ou qualquer processo cognitivo. Mas porque há tanta confusão nesse processo?
Porque hipnose não é religião. Mas muitas experiências religiosas envolvem hipnose. Confundiu mais ainda? Calma que eu explico. Embora a fé seja diferente dos processos naturais da mente (como a hipnose, por exemplo), para que esta fé seja compreendida de forma inteligível ela precisa se utilizar dos processos cognitivos e naturais da mente do indivíduo.
Para os cristãos, por exemplo, a fé brota por meio da pregação (ouvir) da Palavra de Cristo (Rm 10.17). Toda experiência de fé envolve o uso dos sentidos (ouvir, ver, tocar, etc.), a expressão de emoções, o transe por meio de oração, a visão de imagens que aparecem na mente, etc. Ou seja, a forma natural da mente expressar sua cognição e emoções não é a experiência de fé. Mas é um veículo para expressar essa fé. E a hipnose é um estado natural para esse fim.
Para deixar ainda mais claro: a hipnose como um estado natural da mente não é a fé religiosa. Mas por ser um estado natural da mente, se torna um veículo para expressar essa fé religiosa. Por essa razão, nem todo processo hipnótico é uma experiência de fé (na verdade, na maior parte das vezes não é). Mas a experiência de fé, via de regra, pode se utilizar da hipnose como um veículo de sua expressão. E usa.
– Porque existem termos e conceitos que são utilizados tanto na hipnose quanto na fé religiosa – Termos como por exemplo: “transe”, “meditação”, “crença”, são comuns nos dois ambientes (religião e hipnose). Mas existem dois termos que trazem bastante confusão no meio religioso: “Regressão” e “Vidas passadas”. Por isso, é importante explicar esses dois termos na hipnose, diferenciando-os de sua compreensão religiosa.
Regressão e vidas passadas no ambiente religioso
Em ambientes religiosos onde há a crença na reencarnação (a possiblidade de após a morte a alma de um ser humano retornar a vida em outro corpo), existe o entendimento de que termos como regressão e vidas passadas referem-se à possibilidade de um resgate das memórias e experiências dessas encarnações passadas. É uma crença, por exemplo, do Espiritismo Kardecista, que entende o processo de regressão como algo espiritual, um mecanismo do Carma.
No entanto, outras expressões religiosas como o Catolicismo Romano e as diversas correntes cristãs protestantes históricas e pentecostais não creem na reencarnação, e entendem que os corpos ressuscitarão para o dia do Juízo Final. Assim, regressão espiritual para esses cristãos é uma heresia, e jamais deve ser praticado.
Falar desse tema apenas no meio religioso já gera uma grande confusão. Enquanto espíritas e simpatizantes da doutrina tendem a ver esse assunto com simpatia, cristãos em geral (no caso, 87% da população brasileira segundo censo do IBGE 2010), vão ter dúvidas, medo ou absoluta rejeição a este tema.
A questão é que esse tema não deveria trazer grandes problemas no ambiente da hipnose ou da hipnoterapia, entendendo uma premissa básica: os termos “regressão” ou “vida passada” em hipnose não abordam questões de ordem espiritual. Embora essa ideia seja muito forte no ambiente religioso, a compreensão na hipnoterapia é totalmente diferente.
Regressão e vidas passadas na hipnose
O termo “regressão” na hipnoterapia surgiu a partir de uma demanda terapêutica, sem nenhuma conotação religiosa. Esse conceito foi criado em outro ambiente, que não levava em conta nenhuma ideia em nível espiritual. A ideia de regressão na hipnose parte da premissa de que a mente subconsciente é um reservatório das memórias de longo prazo.
Essas memórias, contudo, são interpretativas, e sempre mediadas pela emoção subjetiva da pessoa. Por tal razão, elas podem ou não ser correspondentes ao fato vivenciado, embora a pessoa continue a sentir a dor ou trauma emocional desse evento passado. Em hipnose, é feita a “regressão”, também chamada de “R2C” (Regress to Cause), que nada mais é do que trazer uma memória emocional vivenciada à tona, encontrando a origem dessa dor e resolvendo o problema.
Essa “regressão” pode trazer uma memória emocional antiga, e em alguns casos, a mente pode trazer à tona uma experiência traduzida como “uma outra vida”. Nesse caso, seria uma forma da mente projetar suas dores e angústias de forma dissociada da sua personalidade, tentando traduzir seu processo de sofrimento. No entanto, do ponto de vista da terapia e da hipnose, todo o processo ocorre na mente do indivíduo. Não há nada de místico ou mágico, mas sim, um processo puramente psíquico.
Uma confusão
A grande confusão causada entre religião e hipnose sobre esse assunto é que os termos são similares, e as premissas também partem da experiência subjetiva das pessoas. Mas são coisas completamente diferentes. Enquanto a “regressão religiosa” (aceita por reencarnacionistas e rejeitada por cristãos) se ocuparia do Carma espiritual da pessoa, a “regressão em hipnose” é um processo simples de memória, que se ocupa apenas das emoções da pessoa, sem nenhuma conotação religiosa ou espiritual.
Talvez por isso, utilizar a expressão “R2C” para o processo terapêutico seja mais completa e menos confusa, pois traz a ideia de “regressar à causa do sofrimento”, e não “regressão a uma hipotética vida passada do sujeito”. Dialogar com uma pessoa religiosa nesses termos ajuda a desfazer esses mitos.
Mas mais uma vez, é importante lembrar que o estigma da hipnose nas religiões só é tratado quando se respeita a fé individual daquele que vai passar pelo processo. Para um kardecista, não haverá problemas com esses termos, mesmo o hipnoterapeuta entendendo que todo o processo vai ocorrer apenas na mente do sujeito. Já para um cristão, é fundamental que ele entenda e esteja seguro de que o processo de hipnoterapia vai ocorrer apenas no aspecto mental e psíquico, sem nenhuma conotação religiosa.
E o tais 82% de rejeição à hipnose nas religiões afinal de contas
Tudo o que é desconhecido ou pouco conhecido gera desconfiança. Com a hipnose e a hipnoterapia não seria diferente. A própria hipnose durante muito tempo foi carregada de uma aura mística – o nome “hipnose”, por exemplo, parte de um mito de que em hipnose as pessoas dormiam. E sabemos hoje que em hipnose ficamos em relaxamento, mas bem alertas e hiperfocados.
No entanto, o que permitiu à hipnose se desenvolver como uma grande ferramenta terapêutica, capaz de transformar a vida de milhares de pessoas e trazer soluções rápidas para inúmeras demandas emocionais foi o trabalho contínuo de esclarecimento e divulgação de suas abordagens, método e resultados.
No ambiente religioso, esse trabalho é ainda mais urgente. Quanto mais luz for trazida sobre assunto, mais pessoas poderão se beneficiar dessa abordagem. Mais vidas serão transformadas e emocionalmente tratadas.
E seguramente, não será tão absurdo ou “fim dos tempos” que uma pessoa religiosa se trate com a hipnoterapia. Afinal, Deus nos criou assim, com uma mente natural, que é acessível à hipnose. E será que esse Deus não se agrada de ver seu povo saudável, vivendo sua vida em abundância?
Alessandro Leonardo
Hipnoterapeuta / Pastor Presbiteriano e Professor de Teologia e Ciências da Religião
@aleleonardo.rs
Que texto, parabéns, creio que trouxe muitas informações úteis ao assunto da hipnose, e creio que quase 100% dos hipnoterapeutas já ouviram algo “hipnose?! Isso é magia negra, coisa do capeta” kkkk a falta de informação gera pré-conceitos!